O Jejum que Derrota Satanás e o Inferno

Este estudo é baseado em uma experiencia real vivida por Eduardo Daniel
Mastral quando ainda fazia parte do satanismo (década de 90) enquanto
trabalha a fundo na destruição de uma igreja. Esta experiência foi um dos
primeiros passos que o levaram à conversão.
é do livro Filho do Fogo, o Descortinar da Alta
Magia VOLUME 2 – que pode ser lido e baixado gratuitamente
em https://maxpond.files.wordpress.com/2012/06/filho-do-fogo-vol-2.pdf

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DETALHE:  Rillian  era  o  nome  dado  pelos  demônios  à  Daniel
Mastral dentro do satanismo...

“Desde que acontecera aquele terrível episódio dentro da Igreja
eu estava sem conseguir
por os pés no chão, completamente fora de mim mesmo. Ouvir
Abraxas falar comigo me deixou um pouco mais confortado. Tudo
deveria estar bem se continuavam comigo. Mas aonde teriam
estado eles?!... O que teria realmente acontecido?!
— Obrigado por você estar aqui perto de mim, Abraxas. —
Murmurei baixinho. — Não entendi o que aconteceu lá....
Mas ele não respondeu. Então Camila me devolveu a camisa
e perguntou:
— Você sabe o que aconteceu, Eduardo?
—  Não. Não sei. Eu só sei que a música estava me
incomodando e aí eu apaguei.
— Olha, Edu, vou te dizer uma coisa... você ficou possesso.
Você pode não acreditar, mas um demônio tomou contade você!
Falou através da sua boca. Você produziu um som... um som tão
inacreditável! Que as suas cordas vocais não são capazes de
produzir. Foi como... como um urro de leão, uma coisa totalmente
furiosa! Foi muito alto, muito alto... parecia um bicho...  —  Os
olhos dela estavam meio perdidos, como que contemplando
novamente a cena tão recente e tão impressionante.  — Foi preciso
oito homens para te segurar! Oito! Aliás teve um que chegou perto
pra ajudar, mas você falou um monte de coisa da vida dele, um
monte de pecado! E não era você, claro, porque vocênão conhece
aquele homem.
— Falei, é? Falei o quê?
— O demônio acusou aquele homem de todos os pecadosque
ele  tinha na vida. Você virou a cabeça pra ele, apontou o dedo e
falou com aquela voz forte: "Quem é você pra me enfrentar? A sua
vida é tão suja quanto um charco de lama. Você não honra nem a
sua própria família, quer honrar quem aqui dentro dessa Igreja?
Você saiu com fulana, você adultera com ela! O que você está
falando aí agora?". Dá pra acreditar? Desceu a lenha nele, Eduardo,
mas com um ódio, um ódio...e o cara teve que sair mais cabisbaixo
do que nunca. Virou as costas e foi embora quietinho. Ele ficou tão
assustado que até abalou um pouco os outros! Levou bastante
tempo para te segurar também... o demônio tinha mui ta força!
Depois começaram a repreender o espírito maligno até que ele saiu
e você acordou.
Não falei nada. Era difícil acreditar que aquilo tinha
acontecido. Por isso Abraxas tinha dito "Estamos com você de
novo"? Quer dizer que realmente ele tinha sido obrigado a se
afastar temporariamente de mim  por causa daquela gentinha?????
Mas como é que pode.........?!
Fomos almoçar e pouco antes de nos servirmos chegou o
Pastor Sérgio. Ele me olhou um pouco, percebeu que eu estava sujo
mas não ligou muito. Sentou-se à mesa também e resolveu fazer o
que não fazia há muito tempo:
— Bem, cheguei na hora certa, vamos agradecer ao Senhor!
Todos o cutucaram discretamente mas visivelmente em
pânico.
— Não, não... orar, não!
Ele não entendeu, mas deixou passar. E ninguém orou.
A partir desse dia bastava eu aparecer e rapidamente
desligavam o Louvor, ninguém se atrevia a falar de Bíblia comigo
ou qualquer coisa que fizesse menção à Igreja.
* * *
Procurei esclarecer as minhas dúvidas com Marlon o mais
depressa possível. Fui voando atrás dele indignadíssimo.
—  Marlon, aconteceu um negócio muito estranho comigo
esse domingo naquela Igreja. Zórdico disse que eu podia ir, é uma
Igreja morta! Ele me avisou  sobre algumas pessoas que talvez
pudessem vir a incomodar, mas nunca disse que não poderia ir lá!
E fui pego de surpresa, o Abraxas não disse que naquele dia tinha
um outro conjunto ministrando Louvor, não era aquele imbecil do
Davi. Aquela música me incomodou demais! E o Abraxas
aprontou, perdeu a compostura... me jogou no chão... me sujou... na
frente de todo mundo! Pôxa, o que significa isso?!  —  Senti a
revolta me invadindo só de falar no assunto.  —  Acordei com
aquela gente amontoada em cima de mim!!!! Passei a maior vergonha.
Marlon não falou nada antes que eu tivesse me desabafado
bastante. Só escutou. E eu não conseguia mais ficarquieto:
—  Que insulto para um filho do Fogo! Nunca fui tão
humilhado na vida! E que atrevimento daquela gente! O que o
Abraxas está pensando? Eu sou protegido dele, como que me joga
no chão daquela maneira sem mais essa nem aquela? —Olhei para
ele. — Você não tem nada a dizer, Marlon?
Por fim ele abriu a boca.
—  Rillian, por acaso tem alguém que você deteste muito
nessa vida?
Não tinha. Ódio, ódio de verdade por alguém... não!Eu não
gostava do Pastor Sérgio, não gostava da Kelly... mas não podia
dizer que era ódio.
— Bom, então imagina alguém que te prejudicou muito, que
te causou muito mal. E imagina agora você ter que suportar essa
pessoa na sua frente! É um osso duro de roer. Você se sentiria
indignado mesmo. É mais ou menos esse o sentimento   dos
demônios. Olha, aquela Igreja está morta, é verdade, mas ainda tem
algumas pessoas que vão precisar cair! Vão ter que se tornar
inoperantes para deixar de causar interferência.
— Isso é a interferência da qual vocês falam?
—  Pode-se  dizer que sim. Há muitos graus diferentes de
interferência, Mas o que aconteceu com você podemoschamar de
"interferência máxima". Entenda da seguinte forma: quando você
aproxima dois fios desencapados um do outro acontece uma faísca,
não  é? Um "curto-circuito"! Não significa que o pólo positivo é
mais "forte" do que o negativo... são apenas diferentes. E por serem
diferentes e opostos, a aproximação causa um fenômeno que é
puramente natural... e incontrolável! Como  relâmpagos! A reação
pode ser violenta algumas vezes, como o relâmpago também é. O
mesmo acontece com os filhos da Luz e das Trevas. Quando
alguém que está vibrando numa faixa muito positiva aproxima-se
de você, que vibra numa faixa muito negativa...acontece o "curtocircuito".
Isso traduz-se naquilo que os Cristãos chamam de
"manifestação demoníaca". Foi mais ou menos isso o que
aconteceu. O Abraxas sentiu-se tremendamente afrontado  com a
proximidade dos filhos da Luz e deixou isso bem claro! É princípio
de ação e reação.
— Pôxa... mas não tem como evitar isso?
—  Tem, sim. É uma questão hierárquica e de treinamento.
Com o tempo isso não vai mais incomodar você!
— Mas por que é sempre o demônio que faz o papelão,por
assim dizer? Porque os Anjos não saem berrando e secontorcendo
do mesmo jeito? E nessa história eu que paguei o pato, minha cara
foi parar na lama!
—  Normalmente quando acontece esse choque de forças
opostas, esse fenômeno, os demônios se manifestam vigorosamente
pelo seguinte: ao contrário dos Anjos, que são disciplinados por
Deus e levados em cabresto bem curto, o mesmo não se dá com os
nossos aliados. Os Anjos são ridiculamente  treinados para serem
sempre passivos... a darem a outra face! São obrigados a se
controlar, são mansinhos porque Deus não lhes permite liberar tudo
aquilo que sentem. Mas o demônio, não. Se você der um tapa na
cara dele, ele não vai te dar a outra face. Ele vaié te dar um soco
no meio da boca! Isso é o que todo homem gostaria de fazer
também. E é o que Lucifér dá aos seus filhos e aos seus
comandados. A oportunidade de reagir! Reagir diante da afronta!
Serem autênticos, expressarem tudo o que sentem!
O argumento me pareceu muito lógico. — Aahhh!
— Então aprenda agora: você ainda não está cem por cento
preparado para confrontar algumas coisas. Quando você atingir um
patamar mais elevado aqui dentro da Irmandade e efetivamente
puder fazer uso da força de todos os Principados para os quais você
já abriu os seus Portais... então isso será cada vez mais difícil de
acontecer. Porque eles podem suportar uma pressão bem maior.
—  Isso quer dizer que podemos entrar em toda e qualquer
Igreja sem susto?
—  Sim. Eles suportam muito bem o Louvor, as orações, a
Palavra... e se por acaso houver aproximação de algo muito
perturbador "eletricamente e energeticamente" falando, eles têm
maior liberdade e destreza para afastarem-se até que passe o
desconforto. Isso quer dizer que os Cristãos podem até orar por
você, você pode até confessar Jesus. E não vai acontecer nada! Só
tem um porém...
— Que porém...?
—  É algo que os Cristãos não fazem muito, não estão
acostumados. Eles não gostam porque requer muita disciplina da
carne!
— O quê?
— O jejum de quarenta dias, no mesmo padrão que Jesus fez.
Todo jejum faz com que os Cristãos se tornem "mais positivos".
Nós não precisamos jejuar porque Lucifér já nos deutodo o acesso
aos demônios para que nossa força seja potencializada. Mas Deus
não deu o mesmo privilégio aos Cristãos. Então, se eles querem
atingir esse nível de espiritualidade, têm que se sacrificar. A abstinência da
carne faz com que se entre mais em simbiose com o
mundo do Espírito.  Quando você se priva da matéria, sua
consciência se abre mais para as coisas do espírito. E isso eleva o
grau de intensidade daquela "positividade".  Ao ponto de empatar
com o nosso nível de "negatividade". A reação é natural! Diante do
jejum de quarenta dias é impossível controlar os demônios...!
— Quer dizer que se um Cristão jejuar quarenta dias não tem
como nós, Satanistas, passarmos despercebidos?
—  Exato. Nesse caso temos que ficar afastados.  O próprio
Lucifér não suportaria isso. Mas não se preocupe...ninguém quase
faz isso hoje em dia.
Concordei com a explicação mas ainda fiquei curtindo uma
pontinha de insatisfação:
—  Mas os demônios que andam comigo já são bastante
poderosos...não é possível que aqueles Cristãozinhos do pau oco
possam incomodá-los a esse ponto!
— Sim, são poderosos, mas você se esquece de que eles têm
ações específicas também. E no caso dos seus Guias,pode-se dizer
que não são exatamente o que chamamos de  "espiões de Igreja".
Você foi recrutado para um outro fim, eles também! Coloque um
soldado na cozinha, por exemplo. É a mesma coisa. Naturalmente
que ele não vai se sair tão bem quanto o cozinheiro. Ele não foi
treinado para estar na cozinha. E o cozinheiro nunca vai poder
enfrentar o front de guerra! Compreendeu?
Dei-me finalmente por satisfeito com a explicação. Marlon
fez um breve momento de silêncio e então retomou:
—  Mas não é exatamente o problema da manifestação
demoníaca o que mais preocupa no caso desse jejum. Já que
estamos falando sobre isso... abordemos um item muitíssimo
delicado. Veja bem, você sabe que os demônios podemcontrolar à
distância. E, quando estão controlando  à distância, não há como
haver manifestação porque a Entidade não está presente. O Cristão
pode orar, impor as mãos... mas não haverá sinais de
endemoninhamento. No entanto, há um porém. "A unçãoquebra o
jugo", não é o que eles dizem? Realmente! Isso é a pior coisa que
poderia acontecer a um de nós. Ser ungido com óleo!
—  Sim. Sei. Você disse algo sobre isso depois que
começamos a freqüentar as reuniões dos escolhidos para o Governo
Brasileiro.
— Naturalmente é mais fácil "ser pego" ou desmascarado por
alguém que tenha jejuado, é fato. O discernimento espiritual deles
aumenta e, mesmo que o demônios não estejam perto, a revelação
pode vir. Alguma coisa como se eles conseguissem enxergar por
trás da pele do cordeiro... e vissem o lobo por trás da pele.  Mesmo
que os demônios não estejam por perto. E tal pessoapode acabar
nos ungindo. Mas só acontece o pior se o óleo usadofor realmente
o "óleo de unção" descrito na Bíblia. Não é o que acontece sempre.
Nas Igrejas que têm Costume de ungir é muito importante difundir
o conceito errado de que "qualquer óleo" serve. Isto é, o que
importa é "fazer com fé", o óleo seria o de menos. Vale óleo de
cozinha, óleo  Johnson's, etc...! Mas não é bem assim.  Deus deu
uma receita para a confecção do óleo, do mesmo jeito que deu uma
receita para a confecção da Arca, do Tabernáculo. Ese ao fazer o
Santo dos Santos as medidas I não fossem observadas, por
exemplo, ou o tipo dos materiais? Certamente aquele lugar não
teria o Poder que tinha, nem Deus se dignaria a entrar lá. O mesmo
acontece com o óleo de unção!
— E qual é exatamente o problema do óleo?
— Bem, digamos que, ao abrir os Portais e ao participar de
Ritos de Consagração específicos, você recebe em você mesmo
"fios condutores" que ligam seu corpo e mente aos demônios
propiciando comunicação mútua. Se por acaso acontecesse a
infelicidade de você ser ungido nesses Portais, nos pontos aonde
estão conectados esses "fios", estaria tudo acabado! O óleo
funciona espiritualmente mais ou menos como um "gel isolante".
Em outras palavras, você teria perdido todo o seu Poder.
Um calafrio me percorreu a espinha e estremeci.
—  Todo o Poder?!? Mesmo que eu continue sendo um
Satanista? Ser ungido não quer dizer que eu me converti!
—  Sim, mas infelizmente os Portais e as conexões são
desfeitas pela unção. Isso é algo bastante poderoso, uma verdadeira
tragédia. É como se Lucifér tivesse te dado um super -carro-superpossante,
cheio de recursos e detalhes. Mas tivessem confiscado a
sua chave. Ele está bem ali, à sua frente, mas vocêperdeu o poder
de usá-lo. Não pode fazer nada com ele! Para reabrir os Portais,
readquirir o Poder... sai caro, muito, muito caro...
Engoli em seco e não fiz mais perguntas. De qualquer forma,
minha dúvida tinha sido retirada.
Passaram-se duas semanas e  eu tirei umas férias do Culto.
Nem apareci. Mas aí, apesar de que a explicação de Marlon tivesse
sido bem clara, comecei de novo a me questionar naquilo que me
incomodava.
"Mas, peraí! Era só música, caramba! Eles só estavam
cantando!  Não, não, não! Isso só pode ter sido coisa da minha
cabeça!.... Eu acho que vou de novo! E isso! Vou denovo!"
E aí eu mesmo dei a dica. Cheguei todo lampeiro na casa de
Camila domingo pela manhã e convidei:
— Vamos ao Culto? Só me olhavam:
— Culto?!!
— É, hoje eu acordei querendo ir no Culto!
Nem tinha perguntado a Abraxas se deveria ir, nem
comuniquei Marlon. Eu não ouvia mesmo ninguém. Queria tirar
aquela cisma por mim mesmo. Tentaram desconversar. Seu
Augusto estava meio receoso, a Kelly também. Mas dona Carmem
concordou, e então todos acabaram dando o braço a torcer. E eu me
sentei todo sorrisos no carro absolutamente convicto de que nada
iria me acontecer, e que Lucifér era mesmo o  máximo, e que eu
estava por cima da carne seca!
Mas... que azar! Aquele mesmo grupo que tinha ministrado o
Louvor naquele dia fatídico estava lá na Colina Verde de novo!!!
Fazia duas semanas que eles não apareciam, mas a Igreja achou que
a bênção tinha sido tão grande, e então os convidaram de novo. E
calhou de ser justo naquele domingo!....
Quando encostamos o carro e eu vi o mesmo ônibus senti o
sorriso amarelando e morrendo nos lábios. Olhei mei o encanado:
"Ah, não!"
E comecei a sentir imediatamente uma ponta de mal estar, um
enjôo leve que veio invadindo o estômago. Quando desci do carro
escutei a música muito claramente, como da primeiravez. E coisa
da minha cabeça ou não o fato é que começou tudo de novo: a
tremedeira, o medo, o suor frio, a taquicardia. Minhas pernas
bambearam.
Não era possível. Mas em vez de sumir dali tentei enfrentar
valentemente. Procurei controlar a minha mente para não prestar
atenção na música, fazer de conta que  não estava escutando. E
tentei andar até o pátio. Fui falando o quanto deu, bem alto, na
tentativa de encobrir aqueles acordes horríveis com a minha voz.
A família de Camila caminhou na frente e acho que não
perceberam logo de imediato. Eu fui mais atrás porque não
conseguia dar passos largos.
—  Você tá bem, Edu?...  —  Perguntou Camila me olhando
firme e com os olhos já demonstrando apreensão.
— Mais ou menos.... ah! Estou bem, sim!
Mas  assim que coloquei os pés dentro do pátio da Igreja,
assim que pisei naquele solo.....não precisou nem ninguém me
encostar a mão, orar por mim, nada disso. Apaguei de novo!
Mas foram somente alguns minutos. Quando voltei a mim vi
que  algumas pessoas chegavam perto para ver o que estava
acontecendo. Me manquei:
—  Não quero ficar aqui.  —  E levantei instantaneamente do
chão empoeirado, dei meia-volta, não deixei ninguém se
aproximar.
Voltei para perto do carro.
Camila entrou na Igreja, chamou a família. E voltamos todos
para casa outra vez sem assistir ao Culto. No mesmo clima de
constrangimento, em silêncio. Apesar de ter me sujado menos eu
estava dez vezes mais inconformado do que  antes. Não teria
palavras para descrever o meu estado emocional. Eu sabia que
Marlon já tinha explicado.... mas aquilo era demais! Era só uma
Igrejinha....era só uma música!
Não era possível!!!!!!!!!!!!!!!!!!
* * *
Da minha parte resolvi marcar uma consulta com um
psiquiatra. Eu devia estar ficando louco, era isso. O que tinha
acontecido na Igreja não me saía da mente. Mas eu queria crer a
todo custo que aquilo não tinha nada que ver com Abraxas e nem
com o reino espiritual. Por algum motivo talvez eu não estivesse
com minha sanidade mental cem por cento. E por pior que fosse
ficar louco não seria tão ruim quanto  admitir que demônios
pudessem esquentar-se com alguns Cristãos cantando!
Expliquei tudo o que aconteceu ao médico.
— Será que eu estou normal?
Ele fez uma série de perguntas e pediu um
eletroencefalograma. Quando veio o resultado, estava tudo bem.
Ora! Como eu preferiria que houvesse uma alteração qualquer
capaz de explicar melhor aqueles estranhos acontecimentos!...
Abraxas e os outros eram muito poderosos. Uma musiquinha ia
causar todo aquele tumulto?  Que coisa mais fora de propósito e
absurda!
Mas realmente parecia que eu não estava louco, pelo
contrário, estava perfeitamente bem da cabeça.
Então me decidi a procurar Zórdico. Não quis mais falar com
Marlon. Aquilo estava me deixando cada vez mais incomodado e
talvez Zórdico tivesse alguma outra explicação que me fizesse ficar
um pouco mais descansado.
— Zórdico, eu fui à....
— Eu já sei. Olha, por enquanto, não vá à Igreja!
— Mas por quê?!!! Afinal de contas, você tinha deixado! Por
que agora eu não posso ir?
— Primeiro que você não está sendo treinado para isso, você
foi chamado para uma outra atividade. E é com isso que você deve
se preocupar.
— Mas você disse que eu podia ir! — Retruquei de novo. Eu
estava cada vez mais injuriado.
— Daqui a pouco esta Igreja vai estar inoperante e então você
vai poder ir à vontade. Por enquanto faça como eu estou te dizendo:
não vá mais! Não fique lá. Pára de criar problema, Rillian!
— Tinha um Pastor lá que orou por mim da primeira vez, um
careca... e não gostei nada dele!
—  Eu sei quem é. Ricardo Cabral é o nome dele. Não se
preocupe, nós vamos cuidar de tudo e essa Igreja vai deixar de
existir! Mas enquanto isso... não vá lá!
— Tá bom! — Concordei meio emburrado.
Passaram algumas semanas. Tudo continuou correndo
normalmente nos Ritos. Mas aquela história.....decididamente não
consegui engolir!
"Não...é ...possível!"
Era tudo em que eu conseguia pensar, dia após  dia: que
aquilo não estava acontecendo! Lucifér era o maioral, não era? Eu
tinha experimentado o Poder das Trevas ao vivo e à cores, sabia
que era real e devastador. Portanto alguma coisa não me cheirava
bem naquela história. Eles estavam só cantando e puseram Abraxas
como louco. Por mais que ele não fosse treinado para entrar em
Igrejas... tinha limite! E o tal jejum de quarenta dias que nem
Lucifér podia suportar? E a unção com óleo que podia pôr tudo a perder?!
Minha cabeça saracoteava dando voltas e mais voltas sem chegar a
lugar nenhum”.

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